Dia Internacional da Mulher: o Mãe de Menina traz uma visão sobre a comemoração deste dia tão importante…
Qual a importância de se comemorar o “Dia Internacional da Mulher”?
No dia 8 de março de 1857, um grupo de operárias de uma fábrica de tecido de Nova York resolveu protestar por meio de uma Greve contra a discriminação salarial e carga horária abusiva de até 16 horas de trabalho diário.
A manifestação sofreu uma represália violenta.
Os patrões e policiais colocaram fogo na fábrica têxtil e um total de 130 mulheres morreram carbonizadas, trancadas dentro do local.
Mas há controvérsias quanto a esta versão!
Segundo a socióloga Eva Alterman Blay, coordenadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero e professora da USP, este acidente de 1857 não aconteceu. Pelo menos não na data em que é lembrado.
De acordo com Eva, o incêndio que se relaciona ao Dia Internacional da Mulher foi o que aconteceu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company, uma fábrica têxtil que empregava 600 trabalhadores.
A maioria eram mulheres, imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Nesta tragédia, 146 pessoas morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens.
A questão é que em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu esta data de 08 de março como o “Dia Internacional da Mulher”.
A ONU fez desta data um marco para homenagear a liberdade conquistada por elas e também para questionar o papel da mulher na sociedade atual.
A comemoração desta data é muito importante para que todas as mulheres tenham consciência de suas conquistas individuais e dos avanços de uma luta coletiva por reconhecimento social!
O que mudou nestes anos de Conquistas?
Há muito pouco tempo, a mulher era mãe e dona do lar. Na maioria das famílias, os casamentos eram arranjados pelos pais, que visavam algum tipo de beneficiamento financeiro.
As últimas décadas foram marcadas por uma profunda transformação na realidade da mulher na sociedade.
No Brasil, há mais de 80 anos foi registrado a conquista do direito do voto feminino.
A partir da década de 60, a revolução sexual permitiu às mulheres inserção ao mercado de trabalho.
Outro fato muito importante da revolução sexual foi o da mulher fazer suas escolhas sexuais, na maioria dos casos, e podendo escolher o seu parceiro. Isto trouxe liberdade às mulheres!
Também houve mudanças importantes nos níveis educacionais das mulheres, que passaram a acumular mais anos de estudos.
Com mais instrução, aumento de sua participação no mercado de trabalho, liberdade sexual e controle da natalidade, a mulher passou a desempenhar um novo papel mais atuante na sociedade.
Esta mulher tornou-se multifuncional: esposa, dona de casa, mãe, inserida no mercado de trabalho, independente…
Mas com uma jornada dupla ou tripla de trabalho.
Aumento de trabalho e responsabilidades x cobranças
Estes anos de conquistas foram muito importantes para que o papel da mulher fosse realmente reconhecido na sociedade. Não podemos esquecer!
A mulher simboliza a luta da humanidade!
Por outro lado, vejo cada vez mais mulheres sobrecarregas, com acúmulo de funções e cobranças, internas e da sociedade.
Uso muito o meu exemplo: trabalho fora, tenho uma filha de 2 anos e meio, cuido da minha casa, com a ajuda de uma faxineira uma vez por semana e meu marido viajava muito até o final do ano de 2016.
A cobrança é inevitável: não consigo render o suficiente no trabalho, pois tenho muita coisa para fazer e reduzi a minha carga horária para poder me dedicar a minha filha.
Sou mãe em tempo integral, dedicando exclusivamente a minha filha (pois ela é minha prioridade!), mas sempre me cobro também se faço o suficiente.
Não consigo organizar minha casa como gostaria e reduzi minha dedicação ao meu marido e a Alessandra… isto mesmo: eu!
Mas esta foi realmente a que mais perdeu da minha dedicação!!!
Sei que isto é só uma fase… e aos poucos tudo vai se acertando!
Mas mesmo assim, às vezes, em momentos mais tensos, brinco com uma frase que vocês já devem ter ouvido:
“Queria saber quem queimou o sutiã em praça pública”? Perguntaram para mim se eu queria ter esta jornada tripla de trabalho? rsrsrs
Resumindo…
Você precisa ser uma profissional muito bem sucedida, se não o mercado de trabalho “te devora”. Na minha profissão isto é real!
Você precisa ser ótima dona de casa, cozinhar bem, ser a esposa ideal… e mesmo com a onda do feminismo crescente, esta cobrança ainda existe na sociedade!
Você precisa ser uma excelente mãe!
E esta função tem uma cobrança extra de outras mães (ou mulheres que não são mães), que julgam e criticam, muitas vezes se apoiando muito pouco…
Mas todos estes detalhes sobre a exigência na maternidade serão devidamente apresentados em um próximo post!
Assim, é muito cansativo fisicamente e emocionalmente dar “conta de tudo” e ser boa o suficiente…
As mulheres vivem estressadas e “chatas”!
A visão do “Mãe de Menina”
Depois de muita cobrança, percebi que tenho que fazer o que é possível… sim este é o lema da minha vida atualmente: fazer o que é possível!
Escolhi ser mãe integralmente e faço o que é possível nas outras funções da minha vida!
Conto com a compreensão de um marido companheiro e parceiro que me ajuda e tenho tentado relaxar e viver sem tantas cobranças, principalmente as minhas!
Desta forma, com menos cobranças e com mais leveza na forma de encarar os desafios, tenho conseguido viver menos estressada e “chata”.
E, consequentemente, as conquistas vem chegando… por mais incrível que possa parecer!
Assim, faço o convite a vocês mulheres para tentar viver com menos cobranças e a fazer o que é possível!
Acredito que temos que nos unir, com apoio e empatia uma as outras para continuarmos a fazer conquistas importantes na sociedade!
Ainda existe um bom caminho para conquistarmos: salários condizentes com nossas atividades profissionais, maior respeito e…
O que mais vem me preocupado, que diminua a violência contra a mulher.
O Parabéns do “Mãe de Menina”
Neste dia Internacional da Mulher e em todos os outros dias, eu parabenizo as mulheres por suas conquistas diárias!
Parabenizo também, com muita gratidão, todas as mulheres que se sacrificaram de alguma forma para conseguir a atual realidade que temos hoje!!
Brincadeiras à parte, eu sou grata inclusive à mulher que queimou o sutiã em praça pública! Com certeza, ela abdicou de muita coisa para fazer o que fez!!
E tenho convicção que se não fosse toda esta luta e mudanças conquistadas por todas as mulheres, hoje eu não estaria aqui com o “Mãe de Menina”.
Hoje posso parabenizar nós todas e dividir com vocês um pouco do que venho aprendendo com este universo incrível da Maternidade!
